A MUJI foi fundada em 1980. A sua origem foi uma racionalização profunda do processo de fabrico com a perspetiva de criar produtos simples, de baixo custo e de boa qualidade. Especificamente, reexaminámos os produtos através de três lentes: seleção de materiais, processo de inspeção e simplificação de embalagens. Por exemplo, se omitir o processo de branqueamento da polpa, o papel resultante é de cor bege clara. A MUJI usou este papel para as suas embalagens e etiquetas. Os produtos que se seguiram são incrivelmente puros e frescos. Em contraste notável com os típicos produtos demasiado embelezados existentes no mercado, os produtos da MUJI já ganharam grande apreço e enviaram ondas de choque não só através do Japão, mas também à volta do mundo.
Isto é porque não criamos objetos para atrair respostas de grande afinidade, como “Isto é o que eu realmente quero” ou “Tenho de ter isto”. O objetivo da MUJI é dar aos clientes uma satisfação racional, que não se expresse com “Isto é o que eu realmente quero”, mas com “Isto serve”. “Isto é o que eu realmente quero” expressa tanto um vago egoísmo como discórdia, enquanto que “Isto serve” expressa um raciocínio conciliador. De facto, pode até incorporar resignação e um pouco de insatisfação. O objetivo da MUJI é livrar-se dessa ligeira insatisfação, e elevar o nível da resposta “Isto serve” para uma cheia de clareza e confiança.
Os produtos da MUJI, criados a partir de um processo de fabrico extremamente racional, são sucintos, mas não são de estilo minimalista. Isto significa que são como recipientes vazios. A simplicidade e o vazio trazem a máxima universalidade, abrangendo os sentimentos e pensamentos de todas as pessoas. Temos sido reconhecidos como “poupadores de recursos”, “de baixo preço”, “simples”, “anónimos” e “orientados para a natureza”. Sem colocar uma ênfase desproporcionada numa destas várias avaliações, a MUJI pretende alcançar todas elas.
Existem mais de 700 lojas MUJI em todo o mundo, que vendem mais de 7.000 itens, desde vestuário a produtos para a casa, passando por alimentos e até casas. Mas o fundamento da nossa ideologia não mudou desde o dia em que fomos criados; tal como a bússola aponta para norte, continuamos a orientar-nos para a base e universalidade da vida quotidiana.